Desde da época da faculdade ouvi falar pelos corredores da UnB sobre um sítio arqueológico na região de Formosa (GO). No início do ano, aproveitei um fim de semana livre e parti com meu amigo Aerton Guimarães para um dos bate e volta mais surpreendentes que já tivemos!
O Sítio arqueológico do Bisnau é uma área protegida dentro de uma fazenda particular. É um paredão gigantesco, com 2600 m² repleto de inscrições rupestres em baixo relevo. Estima-se que elas tenham entre 4 mil e 10 mil anos e não há uma conclusão sobre o que elas signifiquem. Estudantes e pesquisadores têm visitado lá e as teorias são inúmeras: de formações astrológicas a contatos com extraterrestres.

Entrada do sítio
Para chegar lá, encha o tanque de gasolina do seu carro e se prepare porque tem muita estrada pela frente! Bisnau fica a 122 quilômetros de Brasília. Saindo do Plano Piloto pegue a BR 020 e siga em direção à Formosa. Você vai passar da cidade e continuar em frente por mais 42 quilômetros até encontrar um restaurante, uma pamonharia e um orelhão. Daí é só entrar à direita e seguir as placas. Vá em direção à Cachoeira do Bisnau e não ao Sítio Arqueológico. É preciso ir até a administração da Fazenda antes para pegar todas as informações e pagar.
É tudo muito rústico. Os donos têm interesse em preservar o local, mas o turismo não é o ganha-pão deles, então eles estarão mais ocupados em cuidar do gado e da plantação. Para entrar a gente pagou 25 reais por pessoa. No dia, o dono estava bem ocupado, então ele desenhou pra mim no chão como chegar na área com as inscrições rupestres. Bem didático! Chegando lá, deixamos o carro perto da cerca e entramos no local seguindo uma trilha bem arcaica.

Dono da fazenda explicando o caminho
É uma experiência bem bacana. São centenas de inscrições rupestres espalhadas por um paredão de rocha. Alguns desenhos lembram animais do cerrado, plantas e a lua. É bem interessante imaginar o que aqueles habitantes pré-históricos da nossa região estariam querendo passar quando fizeram aqueles recortes na pedra.
Ficamos um bom tempo e ninguém mais apareceu por lá. O local é pouco explorado pelo turismo. De lá voltamos para sede onde fomos novamente informados como chegar na cachoeira.
Não vou mentir. Não é nada fácil chegar lá. A trilha até o começo da cachoeira até que é tranquila. Terreno plano, belas paisagens, pássaros cantando, animais pastando, árvores e flores belíssimas! Mas quando a gente chega na cachoeira, você tem a opção de ficar no primeiro poço para banho ou se aventurar até o final dela.

Animais criados na fazenda
Para começar, a trilha não está bem definida. Nós só descobrimos o caminho porque tinha um grupo voltando e indicou para gente onde deveríamos subir. Já na parte de cima, o percurso fica mais claro, mas só porque fica mais íngreme e difícil! Os donos instalaram cordas para a gente se segurar e não despencar morro abaixo. Tem que ter um pouquinho de braço. Um grupo que vinha depois da gente desistiu.

Haja fôlego e mão nessa hora!
Depois de uma escaladinha básica, vem a recompensa!!! A cachoeira é deslumbrante! É uma das mais altas que já vi no cerrado, tem vários pontos para você se acabar na hidromassagem natural e locais para tomar sol na pedra também.
Tem um poço grande para nadar mais abaixo. Mas como era mais difícil chegar e eu já tava bem feliz com o que tinha encontrado fiquei na parte de cima mesmo. No total, a cachoeira tem 100 metros de altura e está num desnível de 130 metros com seis pequenas quedas d’água ao longo do percurso.

Pra homem das cavernas nenhum botar defeito
Como o lugar é praticamente deserto, eu fiquei um bom tempo na hidromassagem, deixando a água cair nas minhas costas e depois tirei um cochilo relaxante na pedra. Durante todo nosso passeio só encontramos quatro grupos de amigos. É uma experiência deliciosa para quem quer um fim de semana diferente e tranquilo no meio da natureza e aprendendo um pouco mais da pré-história do Centro-Oeste.
Ah! Uma última dica! Na saída, antes de pegar a BR 020 de novo tem dois lugares para comer que são bem gostosos. Uma pamonharia e um restaurante de comida caseira bem gostosa. Os donos são super hospitaleiros. Se for no domingo, pergunte pelo pudim que a dona do restaurante faz para família e serve pros clientes mais chegados. É pra fechar com chave de ouro!!!!
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3 comentários
Uma aventura para Lara Croft nenhuma botar defeito!
da última vez que estive achei caro o valor cobrado pelo dono, parecia estar abandonado, a imagem de um ferro velho na entrada e sem muitas informações pela pessoa que nos recebeu, cobrou um valor de R25,00 por pessoa, somente para acesso na cachoeira. Para ida na parque do sítio arqueológico ver as pinturas rupestres seria outro valor. Haviam duas famílias fazendo seu churrasco na primeira Cachoeira, conhecemos e preferimos não ficar…Vale a pena ir, mas creio que ainda falta estrutura para trilheiros!
Poxa, ótimo relato, Roger! Bom compartilhar isso, pq as próximas pessoas ficam atentas!
E concordo… Falta estrutura. E o lugar tem muito potencial!