Sabe aquela amiga que já rodou meio mundo??? Essa é a Lívia Veiga! Antártica, China, Rússia… Não tem tempo ruim pra ela! No ano passado ela decidiu desbravar o Jalapão com três amigas e conta pra gente como foi a experiência. Ela decidiu ir com uma agência. Pelo pacote pagou 3 mil reais. Se você planejar viajar pra lá, curte esse texto!

Dunas do Jalapão
Se a ideia é fazer uma viagem pra deixar a internet e o celular longe e se conectar com a natureza e descansar, o Jalapão pode ser o seu destino. Foi com esta ideia que eu e duas amigas resolvemos nos “aventurar” pelo interior de Tocantins! A ideia de ficar alguns dias longe das redes sociais, dos sites de notícias e do WhatsApp gerou em nós 3 um misto de “oba, vou fazer um detox” com “ai, será que eu consigo ficar sem notícias?”. Mas, vamos lá, não poderia ser tão difícil assim, né?
Nos últimos meses, as paisagens do Jalapão se tornaram mais conhecidas. Todo dia tem um pouquinho desta região na TV. A atual novela das 21h, “O Outro Lado do Paraíso”, mostra algumas das lindas paisagens do lugar. A trama gira em torno de uma mina de esmeraldas, mas os moradores da região fazem questão de explicar que nunca houve exploração dessas pedras por lá. E, acredite : se as imagens são lindas na telinha, ao vivo são ainda mais!
O Jalapão “tá na moda” mas apesar de cada vez mais pessoas se interessarem em visitar a região, a estrutura de turismo por lá ainda é pouca. De Palmas, capital de Tocantins, até lá, a viagem é de 300 km. E existem muitas formas de visitar o Jalapão. Escolha a que mais combina com seu estilo!

Mapa da região do Jalapão
Agências
Muitas agências de turismo vendem pacotes que já incluem a parte terrestre Palmas – Jalapão, os passeios e a hospedagem em cidades próximas ao parque do Jalapão : Mateiros, Ponte Alta, Novo Acordo e São Félix do Tocantins. E de lá, saem todos os dias para os passeios com guia. Nestas cidades, as hospedagens são em pousadas. Uma dica é levar dinheiro vivo porque nem todas as lojas têm máquina de cartão. Aliás, sinal de celular nem sempre é bom na região. Muitas vezes, a internet não conecta.
Algumas pessoas se aventuram em acampar perto do Parque Nacional do Jalapão. É importante saber que não há muita infra-estrutura e o carro deve ser 4X4 porque das cidades próximas até o parque, e dentro do parque, as estradas são de areia. Carro sem tração 4X4 muitas vezes não conseguem passar! Como lá é muito quente, a melhor época para ir é no inverno.
Bom, eu e minhas amigas escolhemos conhecer o Jalapão com a agência Korubo, que tem uma estrutura de camping às margens do Rio Novo. A agência tem duas opções de pacote : de 5 dias ou de 7 dias, que sempre saem em dias certos da semana. Nós fomos no de 5 dias. O valor do pacote, sem aéreo, é 3 mil reais. Isso inclui hospedagem, transfer, passeios e alimetação.
A chegada em Palmas foi numa terça-feira. A parte aérea não está incluída no pacote. Mas a agência manda um carro para fazer o transfer aeroporto – hotel, você só precisa avisar a hora da chegada do voo. Quando chegamos, tinha um funcionário da agência nos esperando.
Saída para o Jalapão
Na quarta-feira de manhã, é a saída para o Jalapão. No nosso grupo eram 26 pessoas, divididas em 2 ônibus. Saímos cedo, por volta de 8h, com um guia em cada ônibus. Durante a manhã, o grupo faz uma parada na estrada e depois a viagem segue até a cidade de Ponte Alta. O almoço foi em uma pousada com comida caseira bem gostosa. Todos de barriga cheia, é hora de pegar a estrada de terra, até o acampamento. As paisagens são lindas mas a viagem é longa e o caminho “chacoalha” bastante. Como estávamos com um grupo animado, isso ajudou a ser divertido e ao tempo passar rápido.
Mas antes de chegar ao acampamento, duas paradas. Uma delas, no cânion de Sussuapara. Para chegar até lá, há uma trilha curta mas com uma descida íngreme. O lugar é lindo e vale a caminhadinha. Depois de se refrescar, hora de voltar aos ônibus e seguir caminho. Mas antes de chegar ao acampamento, o grupo faz uma parada para um lanche. A empresa leva sucos e lanchinhos, como bolos, biscoitos, barras de cereal e bombons. E como todos esses passeios são “no meio do mato”, além do protetor solar, desde o início do passeio é bom não economizar no repelente.
Assim que chegamos, os guias nos levaram para conhecer toda a estrutura. Tem redário protegido por tela contra mosquito com 15 redes para quem quiser descansar, um refeitório também todo com tela em volta, banheiros com chuveiros com água quente (aquecimento solar) e as barracas. São 14 barracas com 2 camas de solteiro (que os casais juntam) e 2 barracas com 4 camas de solteiro, para quem vai em grupos maiores. Todas as barracas têm um vaso sanitário e pia, uma varanda na parte da frente e corda para estender as roupas. Em nenhuma barraca tem energia elétrica, apenas pequenas lâmpadas de LED. Aliás, energia elétrica só tem no refeitório. A área externa do acampamento é iluminado com tochas. Então, levar lanterna à pilha ajuda muito na caminhada noturna pelo local.

Camas do dormitório

Entrada das barracas do acampamento

Banheiro dentro da barraca

Refeitório do acampamento
Os guias pedem que as pessoas conversem baixo na área das barracas. E o silêncio no lugar é tão grande que o legal é realmente respeitar esta regra e dormir ouvindo só o barulhinho dos grilos e do rio que passa bem pertinho.
Passeios
Mas a alvorada é cedo! Clareou, todo mundo levantou! Os guias passam pelas barracas, chamando cada uma : “bom dia, barraca 15!”. Café da manhã no refeitório (aliás, um parênteses aqui só pra dizer que todas as refeições foram deliciosas, sempre com opção de prato para quem é vegetariano!). E lá fomos nós para o primeiro dia de passeios no Jalapão. Este foi o dia em que fomos ao Fervedouro do Ceiça e à Cachoeira da Formiga, dois lugares que eu estava muito afim de conhecer. E, olha, valem muito à pena!!! São lindos mesmo!!

Fervedouro do Ceiça
No segundo dia no acampamento, de manhã fizemos a descida do Rio Novo de caiaque. Quem não quer fazer esta atividade, pode ficar curtindo o acampamento mesmo : tem trilhas para fazer, tem um mirante (que muita gente madruga para conseguir ver o nascer do sol de lá), tem o redário para curtir uma preguicinha, ou mesmo ficar na beira do rio. Eu e minhas amigas descemos o rio de caiaque. Antes de entrar na água, os guias dão algumas noções básicas de como remar e o que fazer caso o caiaque vire. E 3 guias vão acompanhando o grupo. Claro que o trecho que a gente desce não é de grande dificuldade e o passeio foi muito divertido!!!
Na tarde deste dia, o passeio é até as dunas do Jalapão. Para chegar até lá, tem uma trilha tranquila. A única parte mais difícil é a subida da duna, mas é um trecho pequeno, e vale o esforço : o visual lá de cima é incrível!

Subida para as dunas
No sábado, começa o caminho de volta a Palmas, com uma parada na Cachoeira da Velha, que é um cenário muito lindo, e outra para um banho de rio, o último antes do fim do passeio.

Cachoeira da Vellha
O outro roteiro oferecido pela agência, com 1 dia a mais lá no acampamento, tem uma trilha à Serra do Espírito Santo. Na próxima vez que eu for, quero experimentar este pacote. Amigos que já foram, me disseram que a trilha tem um grau de dificuldade maior, e é longa, por isso, muitas pessoas, optam por ficar no acampamento no dia.
Durante todos os dias do Safari Camp, o celular só serviu para tirar fotos. Mas ficar “desconectada” fez todo sentido, já que a ideia era mesmo se conectar apenas ao que estava acontecendo ali e às paisagens lindas do Jalapão. Então, se é isso que você quer, o Jalapão pode ser um destino bem bacana!

Beira do Rio Novo – área de descanso no camping
Dicas Preciosas
- Repelente, bastante repelente para repassar várias vezes ao dia.
- Lanterna a pilha ou bateria porque no acampamento não tem luz elétrica em todos os lugares.
- Protetor solar porque é muito sol na cabeça ao longo do dia.
- Chapéu ou boné, pelo mesmo motivo de cima.
- Dinheiro vivo para comprar os lindos artesanatos de capim dourado. (lembre-se que nem todos os lugares têm máquina para passar cartão)
Com estas dicas, espero que você curta muito a viagem!
PS : Ah, outra dica legal é que perto de Palmas têm vários passeios neste estilo “contato com a natureza” com trilhas e cachoeiras que valem à pena! Com os guias da Korubo, pegamos contatos de um guia de Palmas que faz estes passeios e combinamos com ele os lugares que queríamos ir. Em uma manhã, fomos a 3 cachoeiras muito bonitas!
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4 comentários
Muito obrigado pela matéria, Bárbara e Lívia! A Korubo tem exatamente essa proposta que vocês retrataram: desconectar com a rotina urbana e proporcionar o contato 24 h com a natureza do Jalapão!
Abraços,
Luciano Cohen | @safarinojalapao
: )
Bárbara, você foi na época chuvosa? Se sim, atrapalhou os passeios? A visibilidade nos fervedouros ficou ruim? Estou na dúvida se vale a pena ir em março ou deixo para ir em outra época…Muito obrigada!
Bethania, são raros os dias de chuva constantes. E mesmo na época da chuva, fica quente. Atrapalha um pouco a visibilidade, mas se vc só tem essa época vale ir!