Para resumir: Os bancos não reclinam, não tem comida, não pode carregar quase mala alguma e o voo em si pode virar uma baderna. Mas se você souber viajar com pouquíssima bagagem, comprar com antecedência e tiver senso de humor na hora da adversidade, vale a pena. Os preços são muito bons!
No começo do ano meu namorado e eu compramos uma passagem em promoção pra Israel. Só quena hora de planejar nós vimos que aquele país é caro pra xuxu e que em uma semana conseguiríamos fazer os principais atrativos que queríamos.
Daí comecei a procurar empresas aéreas de baixo custo que atuavam lá para tentra dar uma escapulida para outros destnos. Vou assim que descobri a Wizz. Três dias antes da viagem vimos uma passagem tentadora de 680 reais ida e volta para Budapeste. Quando fui comprar, vi o alerta. Era só pra bagagem de mão.

Até aí tudo bem. A gente tá acostumado aqui no Brasil. Só que era só 1 bagagem de mão mesmo!!!! Daquelas de colocar embaixo do assento. Uma bolsa ou mochila bem pequena.
Começamos a pesquisar e a maioria dos blogs fez terrorismo. Meu namorado e eu estávamos de mochilão. Fizemos uma simulação para ver quanto seria para só um levar mala, já que o mochilão do Leandro é um pouco menor. Qualquer coisa era transferir uma pouco da bagagem dele pra minha.
Daí veio a surpresa. Eu pagaria 250 reais a mais pra ir com meu mochilao lá em cima mesmo. Pra despachar seria 450 reais. Jesus! Que doideira. Decidimos arriscar e pagar o meio termo, os 250 reais.
Na hora em que chegamos no Aeroporto de Tel-Aviv, levamos um susto. O local de medir a bagagem pra ver se ela estava dentro do padrão mostrava que o padrão era quase impossível! Tanto a de mão, quanto a de colocar no bagageiro dentro do avião teriam que ser minúsculas. Olha isso: Não cabe nem uma necessarie alí dentro.

Já estávamos nos confortando de que teríamos que pagar uma grana preta. Assim que o alto falante chamou, fomos ver a bagaceira. Logo no começo vários passageiros sendo colocados de lado e tendo que pagar. Chega ficamos tristes.
Mas de repente a galera começou a passar. Uma mulher que estava do nosso lado explicou que a empresa paga por atraso, então os funcionários estavam querendo correr. Três passageiros da nossa frente foram barrados e questionados sobre o tamanho e a quantidade de bagagens. Começaram um bate boca dizendo que tinham direito, pois tinham comprado a tarifa que permitia. Sei que o atendente foi vencido pelo cansaço e eles passaram. Talvez por isso, nós também passamos. Ele nem olhou para minhas costas….
Na hora de entrar no avião, o Leandro e eu tivemos que nos separar. Eles são vingativos. Mesmo comprando juntos, como não pagamos para escolher assento, eles nos colocaram em locais distantes.
E foi entrar na aeronave, que veio a cena mais bizarra. Uma muvuca dos infernos! Ninguém respeita fila, gente mexendo na bagagem dos outros nos compartimentos superiores pra caber a deles, uma confusão. Fui na direção do meu assento e vi que não cabia mais nada em local nenhum. Questionei a aeromoça que olhou pra minha mochila e disse: “coloca embaixo do banco”. Como assim???? Eu paguei 250 reais a mais pra colocar mochilao embaixo do banco?
Pra não criar confusão, fui lá tentar. Uma mulher russa estava do meu lado e me olhou de cara feia porque tava numa verdadeira missão impossível tentar enfiar meu mochilao embaixo do banco. Cheguei a quebrar minha unha.

Quando fui tirar algumas coisas da mochila, ela viu a bandeira do Brasil que levo na mochila. Abriu um sorrisão e mudou o comportamento. Ela começou a me ajudar, pensando em formas de encaixar minha mochila lá. Depois de longos minutos e uma suadeira danada, conseguimos! Mesmo assim ela ficou pra fora do banco da frente. Bem pra fora….
Pela primeira vez na vida viajei com mochilao assim. Sem nem conseguir fechar as pernas. Meus pés ficaram exprimidos. Cheguei com eles dormentes em Budapeste.
Pra tornar aquilo mais cômico, assim que o avião sobe, começa a baderna de novo. Aquilo vira uma feira. Como eles não servem lanche, todo mundo levanta e começa uns picniques ao longo do avião com a comida que a galera trouxe. Tinha muita família lá e grupos de judeus ortodoxos juntos. Eles montavam rodinhas de conversa, um puxava uma banana, o outro um chocolate, um terceiro um sanduíche gigantesco… Nunca tinha visto isso na vida.

Na volta foi a mesma coisa. A gente teve sorte e passou despercebido de novo. O fiscal que olhava as bagagens estava discutindo com um cara que se recusava a pagar taxa extra. E mais uma vez o voo tava lotado, atrasado e com gente sem conseguir se acomodar direito com um espaço tão reduzido. De qualquer forma, pra quem quer economizar e não liga pra uma baguncinha, tá valendo!

P.S: Leve bandeiras do Brasil. Como você leu, sempre salvam. Leve também lembrancinhas do nosso país. Eu escrevi sobre isso neste post. Salva vidas!