Há uns quatro anos assisti a um Ted Talk sobre Como encontrar o parceiro ideal e no fim tinha a seguinte frase: “if you show your real face to them they will show you their real face. And if you open up your heart, they will open up their hearts”
Na época, achei aquilo a coisa mais simples, clichê e besta do mundo.
Hoje percebo que eu não tinha entendido a beleza, a força e a complexidade por trás daquelas duas afirmações. Não tinha compreendido que isso na verdade é a coisa mais difícil do mundo. E de besta não tem nada.
“Abrir seu coração e mostrar quem realmente você é” é um dos exercícios de vulnerabilidade mais doloridos do universo. Dói fisicamente! Nós somos criados numa sociedade que valoriza a normalidade, nos dita modelos a seguir, regrinhas a cumprir, já determina o que é certo ou errado. Preto ou branco.

Mas nós temos um dégradé infinito aqui dentro. Somos esquisitos pra caramba! E a gente tem medo que o outro, especialmente o ser pelo qual estamos enamorados, não entenda isso.
Porque, vamos ser sinceros, quando a gente tira alguns filtros, mascaras, maquiagem e expõe nossas camadas mais internas, não é sempre a coisa mais bonita do mundo. Tem muita sombra em todo mundo.
E isso faz com que a gente passe boa parte do tempo engando o outro e a si mesmo. Por medo de perder.
Entretanto, é exatamente não mostrando, não falando, não se abrindo, que a gente perde. Perde o outro ou a nós mesmo. Tem uma hora que a gente nem sabe mais quem é.
E sabe qual o pulo do gato? É antes de começar a se relacionar com o outro, ter um relacionamento sincero com você mesmo.
Antes de ficar nu pro outro, a gente tem que aceitar e amar o que a gente vê no espelho. Como a gente é de verdade.
E isso não é fácil também não. Na verdade, eu acho que é a parte mais difícil.
Pode não ser fácil, mas é o melhor! Com todas suas imperfeições, ele é bem mais leve e verdadeiro.
Hoje admiro o imperfeito. Como essa foto aqui embaixo. Ela é uma das nossas fotos com meu namorado que eu mais amo. Ela tá desfocada, nós dois estamos com cara de pastel e não tem cenário bonito atrás. Mas é real.
É típico de quando eu venho com ideias malucas e fico esperando essa cara que ele faz até cairmos na risada. É o registro de um dos vários momentos de alegria sem pretensões, sem expectativas e cheias das bestagens que temos.

E é a soma de momentos simples assim, sem glamour e sem filtros, que tem feito nossa história valer a pena.
Volta e meia eu escrevo crônicas por aqui também! Para ver mais como essa, clique aqui!