Hoje o blog tem o prazer de receber a história inspiradora da Vanessa Sezini. Ela é supervisora de marketing de um grande hospital de Brasília e está sempre em busca de uma viagem enriquecedora! Ela já fez algumas viagens para trabalhar como voluntária e, desta vez, conta pra gente como foi a experiência nos Estados Unidos. É muuuito legal! Saca só!
Era agosto de 2014, eu estava para finalizar meu ano como Au Pair em Minnesota, Estados Unidos, e tinha um mês para viajar dentro do país. Minha host mom já havia me falado sobre um programa de voluntariado que ela tinha feito na Alemanha, o Volunteers For Peace (https://vfp.org/), eu tinha me apaixonado pela ideia de “viajar com propósito” – ir além do turismo tradicional.
Então, depois de pesquisar bastante os possíveis destinos, escolhi passar três semanas em Saint Louis, Missouri, trabalhando em um projeto de Restauração e Desenvolvimento Comunitário. Questões financeiras e de logística tiverem um peso grande na minha decisão. Como minha casa ficava no Meio Oeste americano, optei por um lugar onde poderia ir e voltar de ônibus.
Foram quase mil quilômetros dentro de um busão metálico da empresa Greyhound que, para deixar a história mais interessante, quebrou o ar condicionado e fizemos mais da metade do trajeto cozinhando em pleno quente e úmido verãozão do hemisfério norte.
Na época, paguei U$ 500,00 dólares pela inscrição no projeto. Eles disponibilizaram: acomodação (em um linha e antiga casa do bairro), colchões, roupa de cama, cozinha equipada e comida à vontade, além de traslado para passeios pela cidade.
No meu grupo havia cerca de 15 pessoas de diversos países, alguns me disseram que pagaram menos de U$ 100 para participar (valores podem variar, alguns projetos, principalmente de maior duração, não cobram nada).
O bairro onde fiquei é chamado de Old North Sain Louis, a área mais antiga da cidade que, com o passar do tempo, ficou marginalizada e desvalorizada. Nos anos 80, um grupo de morados se reuniu para criar uma associação cujo objetivo era revitalizar a comunidade: reconstruindo prédios históricos, mantendo a região limpa e estimulando o comércio.
Nosso trabalho consistia em ajudar na demolição de casas destruídas por tornados, limpar a horta comunitária e áreas abandonadas, podar árvores e ajudar a vender produtos na feira de produtores rurais. Trabalhávamos de 6 a 7 horas por dia, 5 dias por semana.
À noite, sempre tinha uma programação: ir para o centro da cidade curtir bares, restaurantes, festivais de música gratuitos ou éramos convidados a jantar nas casas dos moradores da comunidade. Ao final do programa, passamos um dia numa chácara comendo churrasco, brincando de canoagem, aprendendo a atirar (tipicamente americano) e fazendo smores na fogueira.
Tudo foi tão divertido e marcante que, até hoje, alguns de nós mantêm contato. Eu já recebi duas amigas VFP aqui m Brasília, uma mexicana e uma Taiwanesa que vieram fazer intercâmbio no Brasil. Nosso voluntariado também foi registrado em um documentário de Elliot Eugénie – o VFP francês do nosso grupo.
Enfim, me apaixonei por essa forma de viajar e até tive outra experiência, dessa vez trabalhando em Hostel, mas posso contar depois. O que trouxe de tudo isso foi o aprendizado que tive com as pessoas da comunidade e os voluntários. Você ajuda e é ajudado. Constrói memórias, amizades, um profundo carinho por desconhecidos, respeito e consideração por toda forma de cultura, backgrounds e visão de mundo. Mal posso esperar pelas próximas aventuras.
Quer mais viagens inspiradoras? Dá uma olhada aqui no blog! Se tiver alguma dúvida, deixa nos comentários que a Vanessa Sezini responde.