Quando comecei a pesquisar como fazer o trekking do Vale do Pati, quase caí para trás com os preços que encontrei. Mandei e-mail para várias agências e recebi orçamentos que chegavam a R$ 2.600 por pessoa. Sem chance! Fui então atrás de opções mais baratas e descobri algumas formas bem interessantes de visitar este lugar maravilhoso da Bahia sem sair falida.
Aqui vale um alerta!!! Se você é inexperiente com trilhas, não recomendo seguir nenhuma dessas opções. Isso porque elas podem te exigir um pouco de traquejo e disposição para enfrentar furadas… hehehehehe. Essas habilidades geralmente vêm depois que você caleja em outras andanças.
O jeito mais barato
Ok, se você continuar a ler a partir daqui, não diga que não avisei. Vamos lá! O jeito mais barato de ir é por conta própria, sem guia. Para fazer isso, você vai precisar de mapas, app off-line de trilhas, gps e boca. A maioria das trilhas do Vale do Pati estão bem demarcadas. Também… o local é visitado por centenas de pessoas todos os anos!
As principais entradas para o Vale do Pati são por Guiné, Capão e Andaraí. A entrada por Guiné é a mais fácil e, por isso, a que tem a trilha mais marcada. Entretanto, recomendo entrar pelo Capão, que tem a vista mais bonita. Na internet você encontra mapas impressos por cerca de 10 reais no Mercado Livre e 30 reais em site como este aqui.
Você também pode baixar mapas para aplicativos ou comprar nos vilarejos de entrada pra trilha também.
Se você for bem desprendido e estiver indo na alta temporada, pode contar com a ajuda de outros turistas. É só seguir a trilha e conversar com as pessoas no caminho para achar as casas dos nativos e os atrativos turísticos. Encontrei um senhor na trilha sozinho que estava se guiando pelas pegadas de outras pessoas e se informando com quem encontrava pela frente. Ele disse que chegou a se perder, mas voltou pelo caminho de onde veio, pegou a estrada contrária e seguiu até achar o destino que queria.
Deste jeito você já economiza no guia, que é o mais caro. Nas casas dos nativos, onde a gente dorme, você pode poupar ainda mais. São três opções. Pode pagar pelo camping, cerca de 25 reais a diária, pela cama no dormitório, cerca de 40 reais, ou pela pensão completa, com café da manhã e janta caprichados, por 110 reais.
Essas hospedagens têm mercadinhos, então você pode comprar tudo que precisa para fazer o rango por lá. Isso se não quiser levar sua comida e ainda economizar mais ainda. Os preços naquela região da Bahia são bem mais em conta que no resto do Brasil. Fiquei impressionada!
Encontrei no site mochileiros um rapaz que fez um roteiro seeeensacional sozinho e descreve tudo aqui.
O jeito intermediário
Se você não é tão roots ou não está em grupo, o que garante uma certa segurança, você pode optar por um esquema intermediário. Eu viajei sozinha e não queria me arriscar mato a dentro só com um mapa. Até porque eu decidi ir de última hora e nem mapa tinha. Cheguei numa quarta à tarde querendo entrar na trilha no dia seguinte às 7h.
Se você tá na mesma, uma boa opção é ir até o Vale do Capão. Lá é uma vila super roots com várias agências de turismo e alguns guias nativos. São esses guias que você vai procurar. Eles ficam no coreto, perto dos restaurantes, andando pra lá e pra cá. Todo mundo conhece um e pode te ajudar.
Um pacote de três dias sai em média por 750 a diária com tudo incluso. Guia, alimentação e três refeições por dia. Isso por que eu tava sozinha. Com mais pessoas o preço cai. Você também pode negociar e levar parte da sua alimentação. Daí sai por cerca de 500 reais os três dias.
Neste esquema saiba que não tem seguro viagem, não tem guia que fala cinco idiomas, não tem luxo, não tem transfer nenhum. Por isso, acho que quem precisa de um cuidado melhor, um conforto, deve optar pelas agências, que são mais seguras. Eu só queria alguém pra me mostrar o caminho e foi o que consegui.
No primeiro dia quase morri seguindo o guia, que anda lá há 20 anos e faz o caminho correndo de havaianas e short. Nos outros dias já comecei a entender o local melhor e digo que não tem mistério. Se tivesse pesquisado um pouco melhor, conseguiria fazer sozinha. Outra coisa é que acabei conhecendo um grupo incrível e acabei me juntando a eles. No segundo dia, por exemplo, nem de guia eu precisei, porque seguimos juntos. Até fazer comida juntos, nós fizemos.
Então fica a dica! Se você quer economizar e já tem muita intimidade com trilhas, vale a pena se planejar e fazer por conta própria. A segunda opção é conversar com guias, ver se seu santo bate com o dele, procurar referências e pagar só a diária. De qualquer forma, saiba que o Vale do Pati vai te exigir muito esforço físico, mas vai valer cada centavo e suor seu!
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4 comentários
Dicas como estas que fazem turistas morerem no parque por inresponsabilidade e falta de nom censo.
Olá, Marília! Entendo sua preocupação, mas o próprio ICMBio não obriga entra com guia na Chapada Diamantina. É opcional, diferente do Parque Nacional de Brasília, que não pode entrar sem autorização. De acordo com o ICMBio qualquer pessoa pode chegar lá e fazer o trajeto. Claro que é preciso seguir regras e ter bom senso, como eu alerto lá no início do post.
Não recomendo nenhum iniciante fazer isso sozinho.
Obrigada pela participação!
Dicas como essas, separa o joio do trigo. As pessoas morrem, por decisões erradas e não por seguir dica. Vou aproveitar todas, quando for…sem guia e com bom SENSO
Oi, Rita!
Também acho que esse é o segredo!!!!
Bjos