Elástico é um daqueles livros que você quer sair sublinhando tudo!!! Apesar do subtítulo “como o pensamento flexível pode mudar nossas vidas”, não espere um livro motivacional. Ele provavelmente vai te inspirar a mudar, mas com base em muitas pesquisas e ciência e não com frases de efeito.
Para começar, vamos explicar quem é Leonard Mlodinow. Ele é um pesquisador doutor em física pela Universidade da Califórnia. Ajudou a escrever séries de TV que envolviam ciência, como Star Trek, e criou jogos premiados com Steve Spielberg. Trabalhou ainda como assistente do Stephen Hawking e é autor de outros dois best-sellers que amo de paixão O Andar do Bêbado e Subliminar.

O que é o pensamento elástico
Dito isso, vamos ao resumo do livro Elástico! Mlodinow começar explicando como as mudanças no mundo moldaram nosso cérebro. Na época da última grande mudança climática, quem sobreviveu foram os nossos ancestrais que mais estavam dispostos a pensar fora da caixinha. Ele mostra que essa habilidade, que salvou nossa espécie no passado, é o que pode te destacar atualmente num mundo de tantas mudanças.
Para provar isso, ele mostra várias teorias. Um das que mais gostei é a que desbanca a afirmação que nós não gostamos de mudança. Ele até cita a Harvard Business Review que tinha como título de um artigo “Porque é tão difícil mudar?”. Não. Não é. É difícil mudar quando a gente sabe que a mudança vai nos exigir mais, que é pior pra gente. Quando é mudança pro melhor, você não vê ninguém reclamando.

Em seguida, o livro Elástico vai trazendo como nosso cérebro funciona. Com um lado mais racional e analítico e outro mais criativo. Algumas considerações dele merecem destaque:
- O fato de pessoas com TDAH não terem muito foco fazem com que elas produzam mais conexões incomuns e tenham mais capacidade de geração de ideias e pensamentos divergentes.
- Não adianta incentivar o pensamento criativo com recompensa financeira. Isso pode até bloquear o processo de novas ideias.
- Nosso cérebro não curte muitas opções. Pesquisas mostram que quem não pesquisa muito antes de fazer algo é muito mais feliz com sua escolha.
Pensar quando não está pensando
Outro capítulo interessante é o que ele pega partes do livro Subliminar para explicar como nós estamos pensando mesmo quando não estamos pensando. É muuuuito legal. Uma das partes que eu mais curto.
Ele conta, por exemplo, que o pensamento flexível não consiste numa sequência de pensamentos lineares. Parecem surgir do nada, mas vem da mente inconsciente. O legal é que nossa mente divagadora fica pensando em soluções mesmo quando nossa mente consciente havia fracassado.

Esse processo acontece muitas vezes quando estamos relaxados, quando não estamos focando nossa atenção no problema. É um processo chamado modo Default. Nossa mania de ficar fazendo algo o tempo todo é uma privação de tempo ocioso e, portanto, uma privação do tempo em que o cérebro está no modo default.
Dá uma lida neste trecho do livro elástico:
“Já sabemos que a rede default rege nossa vida mental interior – o diálogo que temos com nós mesmos, tanto consciente quanto subconsciente. Engatando a marcha quando desviamos a atenção da barragem de informação sensorial produzida pelo mundo exterior, o cérebro olha para o nosso eu interior. Quando isso acontece, as redes neurais do nosso pensamento flexível podem vasculhar o enorme banco de dados de conhecimento, memórias e sentimentos armazenados no cérebro, combinando conceitos que normalmente não reconheceríamos. Essa é a razão por que descansar, devanear e outras atividades silenciosas, como fazer uma caminhada, são uma maneira profícua de geração de ideias”.
Logo, aprenda a não fazer nada!!!!!! Coloque meditação na sua agenda também. Ela fala disso um milhão de vezes no livro. Como eu já falo muito disso aqui no blog, vou pular as explicações do porquê meditar é tão maravilhoso.


Libertando seu cérebro segundo o livro elástico
Depois que a gente entendeu como o cérebro funciona e os benefícios do pensamento flexível, chegou a hora de saber com o livro Elástico o que fazer para não ficar preso a velhos padrões. E isso, segundo o autor, e mesmo o maior problema. A dificuldade não está em criar novas ideias, mas em fugir das velhas ideias, que se ramificam em todos os recônditos da nossa mente.
A medida mais rápida é aplicar corrente elétrica em pontos específicos do cérebro. Mas acho que eu e você concordamos que essa não é a maneira mais agradável, né? Então ele sugere algumas coisinhas…
Um caminho é produzir ideias de formas massiva, não se importando com a qualidade delas! Depois descartas as ruins. Sobre isso, um dos elogios mais lindos que já recebi na vida foi do meu melhor amigo, o Aerton Guimarães, “A Babi tem uma solução para tudo. Por pior que seja”. Ou então meu noivo quando diz que “existe um jeito certo de fazer algo, um jeito errado e um jeito Bárbara, que ao olhar desatento por ser muito parecido com o errado, mas pode dar certo”. Amo!
Não ter medo do ridículo e abraçar ideias bizarras é importantíssimo. À medida que envelhecemos criamos filtros que fortalecem nossa censura. É preciso relaxar e começar a aceitar coisas totalmente malucas. A gostar disso. Ele lembra que temos que revisitar nossa criança interior, que não tinha medo de errar e falar besteira.

Aqui vai um adendo meu. Sabe um bom jeito de parar de se criticar? É parar se criticar as ideias malucas dos outros. Da próxima vez que alguém falar uma besteira, não caia matando, não critique. Não julgue, por pior que seja. Discuta como se aquela ideia fosse válida. Ao parar de criticar o outro eu garanto que você vai parar de se criticar. Não encontrei nenhuma pesquisa sobre isso, mas minha experiência comprova.
Mil e uma formas
Mlodinow mostra outras formas de deixar de lado antigos padrões de ideias. Ele traz personagens históricos, pesquisas e relatos de como o uso de drogas pode deixar seu pensamento mais flexível. Ele cita até Carl Sagan, um maiores cientistas norte-americanos, que já usou drogas para pensar soluções não usuais de problemas.
Também cita a escritora Isabel Allende que usou Ayahuasca para acabar com um bloqueio criativo que a perseguia. Só que ele lembra que Allende disse que nunca mais faria isso na vida, por ter sido uma experiência muito forte e difícil.

E é esse cuidado com o uso de drogas que o escritor tem. Usar drogas não é um modo de ter um pensamento mais flexível que pode ser usado por qualquer um. Ele frisa que o uso de drogas por pessoas com traços de esquizofrenia e outras doenças mentais, por exemplo, é muito perigoso.
O mais legal do Livro Elástico
Outras formas de ser mais criativo e pensar fora da caixinha incluem força de vontade, necessidade e… SENTIMENTOS POSITIVOS! Sim, pessoas mais bem humoradas, que buscas emoções positivas, tendem a ter pensamentos mais flexíveis.
Leonard Mlodinow cita um estudo da minha xará, Barbara Freddrickson, pesquisadora da Universidade de Michigan. No ano de 2000, ela recebeu inúmeros prêmios por comprovar que sentimentos positivos possuem mais capacidades do que, apenas, promover o bem estar. Otimismo, alegria, esperança entre outras emoções positivas, melhoram nossas capacidades intelectuais, físicas e sociais como recursos para enfrentarmos situações desafiadoras ou aproveitarmos uma oportunidade que a vida nos apresente.

O Estudo deixou claro que cultivar emoções positivas faz com que tenhamos uma atitude mental mais criativa, compreensiva, tolerante e flexível, permitindo uma abertura para o novo e a experimentação.
Vem pro grupo de descobridores!
Logo, encerro esse post convidando você a explorar mais posts aqui no blog. Quando me perguntam sobre o que ele é, digo que “é sobre o que me faz feliz”. Acredito que você pode encontrar boas inspirações. Seja nas crônicas, nos posts sobre felicidade, nas dicas de livros, nas viagens ou em eventos legais!
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As ilustrações que acompanharam este texto são do Pedro Sangeon, uma amado, querido, lindo, maravilhoso artista aqui de Brasília! Olhe o trabalho dele aqui! Já o livro, ganhei de presente da Simone Ruiz, do Livro ao vivo, durante a FLIP. Aos dois, meu muito obrigada por existirem!
Para quem quiser comprar o livro, tá na promoção na ” target=”_blank”> Amazon.