Quem escreve hoje para o blog é o Leonardo Mosqueira. Ele e o Aerton Guimarães passaram as férias de novembro em Taipu de Fora e Barra Grande, na Bahia e amaram! Eu fiquei louca pra conhecer esses lugares, depois que li o texto e vi as fotos! Vejam as dicas aí:
Se você quer tirar férias em uma praia paradisíaca com corais, piscinas naturais, peixes coloridos, areia branca e muita diversão, minha dica é: vá para Taipu de Fora, na Península de Maraú, Bahia! Não é fácil chegar lá, mas vale à pena se aventurar.
Para chegar a essa região da Península de Maraú, saímos de avião de Brasília para Ilhéus, alugamos um carro em uma locadora bem em frente ao aeroporto e partimos em direção a Taipu de Fora. Um carro simples aguenta a estrada até o nosso destino final. Nós pegamos um golzinho.
Se você não quiser ir de carro até Taipu, siga para Camamu de ônibus ou de carro (nesse caso, deixe o carro numa das garagens próprias para turistas ao custo de R$ 20,00 por dia) e pegue uma lancha no pier até 16:30h em direção a Barra Grande. Depois desse horário nenhuma embarcação sai do pier, então fique atento. Em Barra Grande há diversas jardineiras para transportar os turistas até Taipu de Fora. Jardineira é uma caminhonete com a carroceria adaptada para transporte, com bancos compridos e um toldo como cobertura. O custo desse trajeto é de 12,00 por pessoa.
De Itacaré até Taipu, foram mais quarenta minutos de carro pela BA-001 e chegamos à entrada da BR-030, toda de terra e esburacada. A aventura só estava começando, mas a vontade de chegar a uma das praias mais lindas do Brasil nos incentivava a continuarmos felizes e empolgados!… Não fosse o temporal que começou cinco minutos depois! Com calma e muita atenção, guiei o Golzinho velho até avistarmos, a placa tão esperada: “Taipu de Fora →”.
Mais 5 minutos, agora com o vento mais ameno e sem chuva, e chegamos à rua das pousadas. Paralela à praia, essa rua era entrecortada por 7 outras, cada uma com 3 ou 4 pousadas e finalizadas na areia da praia. Por falar em pousadas, há muitas por ali e os preços variam muito! Balanceando qualidade (pelas imagens e relatos na internet) e preço, escolhi a Arte Latina (R$ 234,00 a diária, com café da manhã e lanche da tarde – Brownie com Sorvete!).
A quarta rua era a que procurávamos. Finalmente, quase seis horas depois de sairmos de Brasília, encontramos nossa pousada no fim da tarde e de imediato sentimos o aconchego que se sente ao chegar em casa. A dona da Pousada Arte Latina, Priscilla, nos recebeu na porta, ofereceu ajuda para levar as malas para o quarto e nos encantou com sua simpatia, prestatividade e disponibilidade.
Foram 4 dias inesquecíveis! Ela, paulista, e o marido, argentino, nos serviram café da manhã espetacular, tanto no sabor quanto na fartura, todos os dias. Qualidade não faltou. Decidimos até jantar na pousada numa linda noite de lua cheia e fomos agraciados com música ambiente dos anos 80/90, vinho tinto e pratos fartos e deliciosos! Recomendo!
Nos primeiros dias de tranquilidade caminhamos pelas areias da praia e nos divertimos na imensa piscina natural de Taipu de Fora. Imaginem uma área de 1km de extensão, 500 metros de largura, 6 de profundidade e visibilidade de 10 a 15 metros. Pronto, essa é A praia! Nos equipamos com roupa de mergulho (sou friorento até para o mar do nordeste), nadadeiras, máscaras e snorckels e esquecemos da vida apreciando os peixes coloridos que passeavam pelos corais.
Na praia, duas grandes barracas dividiam espaço na areia e serviam turistas com petiscos e pratos (para duas pessoas), drinks, refrigerantes, água de côco e sucos naturais. O preço é salgado: R$ 120,00 por mesa. Dois petiscos e duas bebidas fecham essa conta à risca, portanto vá preparado para os gastos!
Foram dois dias de mergulhos para aproveitarmos a melhor maré e o melhor horário. Aqui vai uma dica: quando a maré mais baixa (mínima) está prevista para 10 horas da manhã, então esse é o horário limite para que ela já comece a subir e remexer a areia, prejudicando a visibilidade dentro d’água. Ou seja, vá curtir a praia (se for mergulhar) entre 8:30h e 10:00h. O melhor desse horário é que o Sol já está alto no céu, fazendo a água ficar cristalina! Do terceiro dia em diante não compensava mais mergulhar por ali em decorrência da maré baixa desfavorável (0.5 metros de mínima é o suficiente para a água passar por cima dos corais e estragar a graça do snorckeling), então buscamos alternativas pela região já na tarde do segundo dia.
De carro, atravessamos para o outro lado da península até chegarmos em Barra Grande, um pequeno vilarejo. Já sabíamos o que procurar: para o dia seguinte, um passeio de lancha pelas ilhas da Baía de Camamu com direito a conhecer uma cachoeira que deságua no mar: a Cachoeira de Tremembé; para o quarto dia, alugar um quadriciclo e passear pela península.
Agendamos o passeio de lancha com a Camamu Adventure num grande quiosque próximo ao pier de Barra Grande e pagamos R$ 130,00 por pessoa. No caminho de volta para a pousada procuramos pontos de locação de quadriciclo e conseguimos encontrar o vendedor, que nos ofereceu um quadriciclo mais antigo por R$ 80,00 para dez horas de uso. Sentimos falta de um farol mais potente e tração nas 4 rodas, então se você faz questão de alugar um super quadriciclo, reserve R$ 150,00, no mínimo.
No dia seguinte de manhã voltamos a Barra Grande para o passeio de lancha. A Camamu Adventure oferece um cooler com gelo para cada casal ou família. Enchemos o nosso com sucos de caixinha e água mineral, mas em quase todas as paradas para desbravar as ilhas há vendedores de côco. Ou seja, voltamos com o cooler praticamente intocado.
As pequenas ilhas visitadas são limpas e conservadas e o passeio rende lindas fotos e muita diversão! Na hora do almoço nosso barqueiro parou na Ilha do Sapinho para escolhermos nossos pratos. Há apenas dois restaurantes na ilha, comandados por famílias dali, e oferecem cardápios variados! Eu escolhi lagosta. De lá, seguimos para a cachoeira com a promessa de que a ida mais a volta nos tomaria tempo suficiente para os pratos serem preparados. Fomos! A cachoeira é muito larga, mas baixa. A surpresa fica por conta do barqueiro, que encosta a ponta da lancha debaixo da cachoeira! Que experiência incrível! Muitas gargalhadas, fotos e vídeos depois, voltamos à Ilha do Sapinho e almoçamos. Meu prato (MUITO bem servido) veio com três pequenas lagostas abertas e gratinadas na manteiga. Nem preciso dizer que comi até dizer chega, né?
A lancha aporta em Barra Grande no meio da tarde. O passeio compensa demais! Nesse mesmo dia fechamos negócio com a locadora de quadriciclos e buscamos o nosso na manhã seguinte. De Barra Grande seguimos pra Taipu de Fora para curtirmos aquela praia maravilhosa uma última vez. Depois do almoço, decidimos explorar a região. Mal precisamos abastecer o quadriciclo, pois mais de meio tanque nos permitiu rodar a península quase toda! Conhecemos a Lagoa do Cassange, o Farol de Taipu, a lindíssima Ponta do Mutá, as divertidas trilhas e mirantes ao redor do Farol. É um passeio e tanto que nos rendeu muita adrenalina, diversão e fotos incríveis!
Começamos procurando o acesso para o Farol de Taipu. Rodamos o morro avistando o farol o tempo todo, mas só depois de uma meia hora de passeio encontramos a trilha de areia branca que nos levou até o topo. Chegando lá, percebemos que o farol não era um farol, mas apenas um símbolo do ponto mais alto da península. A vista de lá era de tirar o fôlego!
Não nos demos por satisfeitos e buscamos pontos melhores e melhores e… 50 fotos depois, decidimos procurar o caminho para a Lagoa do Cassange, facilmente vista lá de cima. Percorremos trilhas sem emoção e com emoção durante vinte minutos até avistarmos uma modesta casinha à beira da lagoa escura. O calor era tanto que eu só queria beber uma água de côco refrescante e entrar naquela lagoa! A água de côco nos agradou, mas a lagoa… não passava de 60 centímetros de profundidade, com o solo lodoso e a água com cor de coca-cola. Avistamos pequenos peixinhos ao nosso redor e percebemos que aquele lugar, em sua simplicidade, era uma delícia de lugar! Coqueiros ao redor, areia branca na beirada da lagoa, a vista do farol no topo do morro. Uau, que dia!
Pegamos nosso quadriciclo e voltamos para Barra Grande. Antes de o devolvermos, procuramos a Ponta do Mutá para o famoso pôr-do-sol num dos bares/barracas na beira-mar. O local é seguro e tranquilo. Deixamos nosso motorizado num espaço atrás do bar e caminhamos pela praia até o extremo da península. Fiz questão de registrar aquele momento. Ali sim havia um farol, mesmo que pequeno e discreto, mas havia! De volta ao bar, nos estiramos preguiçosamente em espreguiçadeiras na areia. O mar tranquilo refletia o sol que estava quase se pondo, enquanto surfistas passeavam pelas ondas. Ali me senti em paz (música tranquila tocava no bar), bem servido (drink delicioso à mão) e seguro.
Um fim de tarde quase perfeito para um dia perfeito! Digo quase porque pedimos um prato com camarões grelhados com mandioca frita e recebemos um punhadinho de camarões. O garçom nos informou que eram 500 gramas antes de pedirmos e esclareceu que aquele peso era COM GELO depois de pedirmos. Claro que eu cancelei o pedido! Fica aqui um alerta para não gastarem com o que não vale o preço.
Devolvemos o quadriciclo e voltamos para nossa pousada com o golzinho velho. Aquele era nosso último dia de férias em Taipu de Fora, então tivemos uma divertida noite na ruazinha de dois restaurantes, próxima à nossa pousada. Por falar nessa ruazinha, deixei passar os jantares! No primeiro dia fomos no restaurante Maria Bonita e nos deliciamos com um saboroso bobó de camarão que serve bem duas pessoas. No segundo dia fomos na lanchonete do outro lado da rua e experimentamos os sanduíches gourmet. No terceiro dia foi aquele jantar da pousada regado a vinho tinto e finalizado com um passeio na praia à luz da lua cheia. No quarto dia voltamos à lanchonete, mas mudamos o cardápio. Encarei um farto prato de frango xadrez que serviria duas pessoas facilmente.
A viagem continuou na manhã seguinte com destino a Itacaré. As dicas de lá ficam para um outro post!
Uma dica: Essa escolha começou no planejamento: para qual praia ir numa época de sol para mergulhar na maré baixa? Para descobrir como estará a maré, pesquise no Google “Tábua da Maré” e o nome do local para onde deseja ir. Locais com corais devem ser explorados (snorckeling no mar, caminhadas/quadriciclo/biking na praia) com maré baixa (0.2 metros para menos!) e locais sem corais, com maré alta (0.8 metros para mais!).
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2 comentários
Massa a sua viagem e relato! Como está a condição da estrada, BA 001?
Olá, Lucas! Olha só, a estrada entre Ilhéus e Itacaré está muito boa. Sinalização, qualidade do asfalto, tudo ótimo! Saindo da rodovia *além* de Itacaré e entrando na estrada de terra em direção a Taipu de Fora já é outra história. Trajeto difícil, estrada ruim… Um carro “pé de ferro” aguenta os sacolejos (ou pick-up, ou 4×4). Ainda bem que o destino compensa, e muito, o difícil trajeto!