Esse problema está na minha família há gerações. Desde que eu ficava rodeando as pernas da minha bisavó, lembro das feridinhas das veias e do uso constante de meias para aliviar “as pernas pesadas”. Foi para entender mais sobre as varizes e a relação delas com esporte e viagens que conversei com o Dr. Rodolpho Reis, angiologista de Brasília e cirurgião vascular especialista no assunto.
Para começar, ele explicou o que causa essa sensação de pernas pesadas, ardência e inchaço. Esses são sinais de que pode haver algo errado com nossas veias. Nosso coração está bombeando sangue para todo nosso corpo o tempo todo e o sangue deveria circular sem empecilhos.
Entretanto, muitas vezes o sangue não volta como deveria. Isso acontece por vários motivos: ficar muito tempo em pé ou sentado, sedentarismo, idade, genética, gravidez, uso de anticoncepcional, obesidade e traumas nas pernas são alguns.
Viagem e varizes têm relação?
Agora vem a parte super importante para quem segue o blog e sabe que viagem e trilha é o que mais tem por aqui. Qual a relação entre varizes e essas duas atividades? Vamos começar com a viagem porque, acredite, tem até uma “Síndrome do Viajante”.
De acordo com o Dr. Rodolpho, sempre que pegamos voos com duração maior do que 4 horas, ficamos sujeitos à síndrome do viajante que pode causar inclusive uma embolia pulmonar. Isso acontece porque as poltronas não reclinam quase nada e ficamos muito tempo na mesma posição.

Para amenizar a síndrome do viajante, ele orienta: beba muita água, ande pelo avião, faça movimentos com os pés (como se estivesse pisando no freio), use meias de compressão e em caso de muitas varizes ou histórico de trombose, procure um médico antes de viajar.
Ter varizes é um dos agravantes para a Síndrome do Viajante. E vale alertar! Viagens de carro, moto e ônibus podem causar o mesmo problema. Procure sempre se movimentar e seguir todas as recomendações do cirurgião vascular, não importa o meio de transporte.

Quem tem varizes pode fazer trilhas?
Lembro quando cheguei do Caminho de Santiago de Compostela e mal conseguia andar. Meus pés e tornozelos estavam inchados e cheios de pequenas veias roxas latejando. Foram meses de dor.
Quando perguntei para o angiologista brasiliense se caminhadas de longa distância tinha relação com problema na circulação, ele explicou que tinha e muito! Primeiro, porque ficamos horas e horas caminhando, sem colocar os pés para cima. A gravidade dificulta que o sangue volte ao coração.
Segundo, porque nosso corpo não está acostumado com isso e começa a apresentar uma série de problemas que podem agravar a circulação do sangue nas veias das nossas pernas. Se for se aventurar em longas distâncias, procure um médico antes de ir para não ficar como eu, com dores nas pernas por meses!

Já quem faz atividades físicas moderadas, não tem com o que se preocupar. Pode ir para academia, musculação, caminhada, pedal, trekking e afins. Aliás… deve ir! Fazer atividades físicas é um dos fatores que ajudam a minimizar os sintomas das varizes.
Brasília já tem tratamento de varizes mais modernos
Aviso logo. Não tem mágica. Nenhum tratamento de varizes é definitivo. Varizes não tem cura. Mas tem tratamento menos invasivo do que ir para centros cirúrgicos. Quanto mais cedo tratar, mas fácil e barato fica.
Uma das opções que o Dr. Rodolpho citou foi a aplicação de espuma na veias. Essa opção trata veias de alto calibre, não precisa de repouso, nem internação. Vi a aplicação no insta @drrodolphovascular e achei sensacional. Mas cada caso é um caso, procure um especialista.
Por fim, cuide-se! Especialmente a mulherada, que tem mais propensão a ter varizes. Não é nem por questões estéticas, é saúde. E se você viu que está tudo certo, são só aqueles vasinhos roxos, não pare de usar saias, shorts e roupas de banhos por conta de varizes, ok? Vamos amar nosso corpo do jeito que é!
Você encontra mais informações sobre o tema no perfil do Dr. Rodolpho no Insta @drrodolphovascular
Tem também a entrevista completa sobre esse assunto no meu IGTV, clique aqui!